segunda-feira, 26 de maio de 2014

Nunca e sempre

Há uma dor que não cessa,
um choro que não acaba,
uma saudade que não passa.
E não vai passar.
Nunca mais.

Uma saudade do tempo que não volta,
do abraço que se não se despediu,
do bom dia que não vai ser dito,
do beijo na testa que não vai mais ser dado,
do telefonema que não vai ser atendido.
Nunca mais.

Que Deus me preserve a memória intacta,
apurada dos detalhes:
das cores, das formas,
do som,
do jeito, do cheiro.

Ou ainda, melhor que lembrar,
que eu possa sonhar com o reencontro.
Possa ver de novo, sentir sua presença,
oferecer-lhe um conforto de almofadas,
lhe trazer um copo d'água,
e ouvir suas queixas.
E que neste sonho, seja um dia de sol,
para que eu lhe proponha um almoço,
um passeio no parque,
uma volta pela cidade,
um jogo de futebol.

Que eu tenha paciência para esperar seu tempo de caminhar,
de sair, de se arrumar.
Que eu não buzine, não apresse, não me aborreça.
Que eu espere.
Que eu escute.
E que demore muito... muito...
que não acabe...
que eu não acorde...
E se eu acordar,
que eu sonhe acordada com sua presença.
E que este sonho dure para todo o sempre.




Nenhum comentário:

Postar um comentário